Não compre presente, esteja presente!

Nesse Dia das Crianças faça diferente, não compre presente, esteja presente!

Que tal trocar o tradicional brinquedo por um momento especial:

1. Prepare um café da manhã com tudo que eles gostam e leve na cama. Com bilhetinho, desenho ou cartão feito e desenhado por você.

2. Fale com os parentes que sempre se preocupam em dar brinquedos e combinem de juntarem o dinheiro do brinquedo para fazerem uma viagem, visitarem um parque ou um museu, conheçam um lugar novo!

3. Participe de uma troca de brinquedos ou organize uma. Cada criança leva um brinquedo seu em bom estado para trocar. Elas ganham um brinquedo novo e ainda conhecem novos amigos.

4. Pergunte qual brincadeira é a preferida do seu filhote. Reserve uma tarde toda só pra vocês dois. Brinque como se não houvesse amanhã! Mas deixe a criança escolher. vale rolar na lama, andar de skate, futebol no sabão, pintar o corpo inteiro com tinta guache, algo que fuja da rotina. Vire criança com ela.

5. Faça uma Festa das Crianças. Arrede os móveis da sala, convide os amiguinhos, cada um traz um prato e suco, faça uma playlist bem legal, e dance até se acabar com as crianças.

6. Preparem um almoço especial juntos. Convide as crianças para escolher o que preparar. Deixe que elas lavem os alimentos, cortem e mexam na panela. Sem pressa, curta cada etapa deixando que eles façam no seu tempo.

7. Faça um acampamento no quintal ou num parque, ascenda uma fogueira, contem histórias e durmam na barraca. Nossa eles vão adorar!

8. Nessa época, do dia das crianças, em muitas cidades, você encontra vários espetáculos de graça. Assistam uma peça de teatro, dança ou contação de histórias. Pesquise na secretaria de cultura e na internet.

9. Escolha um abrigo de crianças na sua cidade e leve seus filhos para brincar com eles. Você pode levar bola, bolha de sabão, corda de pular grande, elástico etc. Doe amor que sua família tem de sobra para aqueles que não tem.

10. Façam uma trilha. Escolha um morro ou montanha perto da sua casa, e subam até o topo para ver a cidade lá de cima.

Se os tubarões fossem homens

Se os tubarões fossem homens - Bertold Brecht
Se os tubarões fossem homens, construiriam no mar grandes gaiolas para os peixes pequenos, com todo tipo de alimento, tanto animal quanto vegetal. Cuidariam para que as gaiolas tivessem sempre água fresca e adaptariam todas as medidas sanitárias adequadas. Se, por exemplo, um peixinho ferisse a barbatana, ser-lhe-ia imediatamente aplicado um curativo para que não morresse antes do tempo. 

Para que os peixinhos não ficassem tristonhos, haveria grandes festas aquáticas de vez em quando, pois os peixinhos alegres têm melhor sabor do que os tristes. Naturalmente haveria também escolas nas gaiolas, nessas escolas os peixinhos aprenderiam como nadar alegremente em direção à goela dos tubarões. Precisariam saber geografia, por exemplo, para localizar os grandes tubarões que vagueiam descansadamente pelo mar. 

O mais importante seria, naturalmente, a formação moral dos peixinhos. Eles seriam informados de que nada existe de mais belo e mais sublime do que um peixinho que se sacrifica contente, e que todos deveriam crer nos tubarões, sobretudo quando dissessem que cuidam de sua felicidade futura. Os peixinhos saberiam que este futuro só estaria assegurado se estudassem docilmente. Acima de tudo, os peixinhos deveriam rejeitar toda tendência baixa, materialista, egoísta e marxista, e denunciar imediatamente aos tubarões aqueles que apresentassem tais tendências. 

Se os tubarões fossem homens, naturalmente fariam guerras entre si, para conquistar gaiolas e peixinhos estrangeiros. Nessas guerras eles fariam lutar os seus peixinhos, e lhes ensinariam que há uma enorme diferença entre eles e os peixinhos dos outros tubarões. Os peixinhos, proclamariam, são notoriamente mudos, mas silenciam em línguas diferentes, e por isso não se podem entender entre si. Cada peixinho que matasse alguns outros na guerra, os inimigos que silenciam em outra língua, seria condecorado com uma pequena medalha de sargaço e receberia uma comenda de herói. 

Se os tubarões fossem homens também haveria arte entre eles, naturalmente. Haveria belos quadros, representando os dentes dos tubarões em cores magníficas, e as suas goelas como jardins onde se brinca deliciosamente. Os teatros do fundo do mar mostrariam valorosos peixinhos a nadarem com entusiasmo rumo às gargantas dos tubarões. E a música seria tão bela que, sob os seus acordes, todos os peixinhos, como orquestra afinada, a sonhar, embalados nos pensamentos mais sublimes, entrariam nas goelas dos tubarões. 

Também não faltaria uma religião, se os tubarões fossem homens. Ela ensinaria que a verdadeira vida dos peixinhos começa no paraíso, ou seja, na barriga dos tubarões. Se os tubarões fossem homens também acabaria a ideia de que todos os peixinhos são iguais entre si. Alguns deles se tornariam funcionários e seriam colocados acima dos outros. Aqueles ligeiramente maiores até poderiam comer os menores. Isso seria agradável para os tubarões, pois eles, mais frequentemente, teriam bocados maiores para comer. E os peixinhos maiores detentores de cargos, cuidariam da ordem interna entre os peixinhos, tornando-se professores, oficiais, polícias, construtores de gaiolas, etc. 

Em suma, se os tubarões fossem homens haveria uma civilização no mar. 

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Autor:  Bertolt Brecht.



Sobre as citações

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